Brasil Registra Mais de 2 Mil Mortes e ultrapassa 4 Milhões de casos confirmados por Dengue em 2024

O Brasil enfrenta um cenário desafiador no combate à dengue em 2024, com um registro alarmante de 2.073 mortes nas primeiras dezessete semanas do ano, conforme dados divulgados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde nesta terça-feira (30). Esse número representa um marco histórico desde o início da série em 2000, superando os registros anteriores de 2023 e 2022, com 1.094 e 1.053 óbitos, respectivamente.

No mesmo intervalo de tempo no ano anterior, ou seja, nos primeiros quatro meses, o Brasil havia registrado 671 mortes. Além disso, até o momento, um total de 4.176.810 casos foi registrado nas primeiras dezessete semanas deste ano, marcando uma taxa sem precedentes. Em comparação, no mesmo período de 2023, foram contabilizados 989.924 casos entre as semanas 01 e 17.

Em contrapartida, a análise dos dados revela um padrão otimista em 13 estados e no Distrito Federal, onde a tendência é de queda da doença. Estados como Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo demonstram uma redução nos casos de dengue.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, em uma coletiva de imprensa realizada em Brasília, a atual epidemia de dengue apresenta um padrão distinto em comparação com anos anteriores. Enquanto antes eram necessárias cerca de 14 semanas para atingir o estágio de alta e queda, neste ano houve um período mais curto de oito semanas para ascensão, seguido por uma expectativa de queda igualmente distribuída nos próximos oito períodos.

"Eu tenho usado a metáfora que subimos a montanha e agora estamos descendo. Mas nessa descida temos ainda muitos casos que podem acontecer e óbitos que podem ser evitados. Então, precisamos sempre lembrar que ainda é importante que estejamos em alerta",  - Secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel. Coletiva de imprensa em Brasília na tarde desta terça-feira.

Apesar da tendência de declínio, há estados como Sergipe, Rondônia, Rio Grande do Sul, Amapá e Pernambuco que ainda apresentam uma letalidade nos casos graves que dobrou a média nacional. A secretária destacou que essa comparação não é conclusiva, dada a quantidade de óbitos em investigação e a importância da qualidade da rede de atenção e assistência na taxa de mortalidade.

No que diz respeito à imunização, o Ministério da Saúde informou que mais de 2,6 milhões de doses da vacina contra dengue foram distribuídas aos estados e ao Distrito Federal desde o início da campanha. No entanto, apenas cerca de 30% das doses foram registradas como aplicadas, levantando preocupações sobre a cobertura vacinal.

O Brasil se destaca como o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue na rede pública, disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A gestão eficaz da vacinação e o fortalecimento da rede de saúde são cruciais para mitigar os impactos da dengue e reduzir a incidência de casos graves e óbitos.

Por G1 Rondônia

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