Empresa fundada por líder petista pagava R$ 70 mil por semana ao PCC, diz polícia

Mensagens do celular do ex-diretor da Transunião, Adauto Soares Jorge, indicam pagamentos semanais de R$ 70 mil ao PCC, conforme inquérito do Deic. A empresa, uma das três em São Paulo investigadas por vínculos com o PCC, está envolvida em crimes como extorsão e lavagem de dinheiro

Empresa fundada por líder petista pagava R$ 70 mil por semana ao PCC, diz polícia
Vista Patria

Mensagens obtidas pela polícia no celular de Adauto Soares Jorge, ex-diretor da empresa de ônibus "Transunião", revelam pagamentos semanais de R$ 70 mil ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil. Os diálogos, parte do inquérito conduzido pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), apontam para crimes como extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A "Transunião" é uma das três empresas de ônibus em São Paulo cujos diretores ou acionistas estão sob investigação ligada ao PCC. A investigação começou com o assassinato de Adauto em março de 2020, relacionado a um esquema de desvio de verbas na empresa, utilizada para lavagem de dinheiro proveniente do crime.

O vereador Senival Moura (PT), líder da oposição na Câmara Municipal de São Paulo e fundador da Transunião, é envolvido na investigação. A polícia suspeita que Senival, em parceria com Adauto, teria que prestar contas ao PCC, que financiou a campanha eleitoral do vereador em 2004.

O PCC teria um preposto, Leonel Moreira Martins, na Transunião, responsável por interagir semanalmente com Adauto para resolver problemas relacionados à empresa e aos interesses do PCC. O afastamento de Adauto do cargo de presidente da empresa, a mando do PCC em fevereiro de 2020, reforça a influência da facção.

O PCC teria determinado a nomeação de Jair Ramos de Freitas, conhecido como "Cachorrão", como diretor da empresa, sendo acusado posteriormente de assassinar Adauto. A investigação aponta para a vingança do PCC contra Adauto e a participação de Senival no esquema.

Apesar das acusações, Senival nega qualquer envolvimento e afirma sua inocência. O inquérito ainda aguarda perícias nas imagens de câmeras e celulares apreendidos para conclusão. A situação revela a complexidade da relação entre o crime organizado e setores empresariais no Brasil.

Fonte: Vista Patria.