O produtor rural Bruno Scheid, é avaliado como indicação de Bolsonaro ao Senado/26, por Rondônia, diz Estadão
Scheid é assessor político do ex-presidente Jair Bolsonaro que traça estratégia para ampliar influência na Casa e busca nomes mais ideológicos e de sua confiança para apoiar.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dado atenção especial à eleição para oSenado em 2026 e já começou a mapear possíveis candidatos por todo o País. Segundo aliados, a estratégia para ganhar influência na Casa é apostar em nomes desua confiança e reforçar alianças com partidos de centro e centro-direita. O senador Rogério Marinho (PL-RN) é citado por correligionários de Bolsonaro como exemplo do perfil que ele busca. Ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Marinho é experiente, se posiciona em temas caros ao bolsonarismo e é visto por Bolsonaro como alguém de confiança, com quem ele pode contar, dizem aliados do expresidente. Por outro lado, figuras como os senadores Tereza Cristina (PP-MS) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que têm atuação mais independente e nem sempre seguem as orientações do ex-presidente, são de uma safra que Bolsonaro não pretende repetir em 2026.
Ambos são ex-ministros e passaram a ser vistos como exemplos negativos após desentendimentos recentes. No caso de Tereza Cristina, que chefiou a pasta de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o mal-estar com Bolsonaro ocorreu aindanas eleições municipais, quando os dois acabaram ocupando palanques diferentes na disputa pela prefeitura de Campo Grande. A senadora apoiou a prefeita reeleita Adriane Lopes (PP), enquanto Bolsonaro optou pelo tucano Beto Pereira (PSDB).
Já Marcos Pontes irritou o ex-presidente ao se lançar candidato à Presidência do Senado, ignorando o acordo para apoiar Davi Alcolumbre (União-AP), que acabou vitorioso, enquanto Astronauta obteve apenas 4 votos. Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil em 20 de janeiro, Bolsonaro mandour ecados aos dois aliados: afirmou que Tereza Cristina não “chegaria onde chegou” sozinha e chamou de “ambição pessoal” a candidatura de Pontes ao comando do Senado.
“Eu elegi você em São Paulo. Deixei de lado, entre eles, o meu amigo Marco Feliciano, com uma dor no coração enorme. Mas deixei de lado o Marco Feliciano para te apoiar [na eleição de senador]. Esse é o pagamento?”, questionou Bolsonaro, se referindo ao ex-ministro de Ciência e Tecnologia. Bolsonaro busca aliados leais. Aliados envolvidos na formação das chapas afirmam que Bolsonaro busca eleger nomes de sua confiança, de preferência já testados nas urnas. O ex-presidente quer garantir aliados leais para momentos decisivos, como a eleição para o comando do Congresso.
Bolsonaro busca aliados leais
Aliados envolvidos na formação das chapas afirmam que Bolsonaro busca eleger nomes de sua confiança, de preferência já testados nas urnas. O ex-presidente quer garantir aliados leais para momentos decisivos, como a eleição para o comando do Congresso.
Um aliado próximo nega que o objetivo seja garantir número suficiente de parlamentares para aprovar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), embora o senador Flávio Bolsonaro (PL) tenha voltado a defender a medida no último sábado, 1º, argumentando ser um “remédio” contra uma suposta falta de autocontrole da Corte. Com a meta de eleger entre 25 e 29 senadores, Bolsonaro deve repetir a estratégia usada em São Paulo no ano passado, apoiando candidatos de partidos de centro e centro-direita em Estados onde o PL tem pouca força. Na Bahia, por exemplo, uma das possibilidades é costurar uma aliança com ACM Neto; em Alagoas, com Arthur Lira (PP), ex-presidente da Câmara.Grupo já lista nomes pelo País. Os planos de Bolsonaro para o Senado em 2026 começam a tomar forma, e em vários Estados já surgem nomes cotados. Em São Paulo, salvo imprevistos, as duas vagas do PL para disputar as cadeiras na casa ficarão com o deputado Eduardo Bolsonaro e Guilherme Derrite, atual secretário estadual de Segurança Pública. No Distrito Federal, a expectativa do ex-presidente é que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) seja recordista de votos, enquanto a segunda vaga na disputa deve ficar com a deputada Bia Kicis (PL). Caso ela opte por não concorrer e tentar a reeleição na Câmara, o ex-desembargador Sebastião Coelho surge como alternativa.
No Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro tentará a reeleição e, ao seu lado, o governador Cláudio Castro (PL) desponta como favorito. Há ainda uma terceira possibilidade em estudo: o 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Altineu Côrtes. Já no segundo maior colégio eleitoral do País, Minas Gerais, Bolsonaro vê com bons olhos o nome do deputado federal Maurício do Vôlei (PL).
Bolsonaro já sinalizou apoio ao deputado Evair de Melo (PP) no Espírito Santo, mas ele ainda avalia a candidatura. No Mato Grosso do Sul, a expectativa é que Gianni Nogueira (PL), vice-prefeita de Dourados e esposa do deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), entre na disputa com o respaldo do ex-presidente.
Em Rondônia, ainda não há uma definição, mas o produtor rural Bruno Scheid, que é próximo da família Bolsonaro, é uma das opções. Já no Paraná, o ex-presidente analisa apoiar o deputado federal licenciado Ricardo Barros, ex-líder de governo, ou a jornalista Cristina Graeml, que chegou ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Curitiba.
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Em Goiás, Bolsonaro aposta suas fichas no deputado federal Gustavo Gayer (PL), seu fiel escudeiro, mas também tenta viabilizar apoio ao cantor Gusttavo Lima, que já anunciou a intenção de disputar a presidência em 2026. No Mato Grosso, o produtor rural Antonio Galvan, que foi presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e é amigo de Bolsonaro, surge como nome forte para o Senado, enquanto o governador Mauro Mendes (União Brasil) pode ficar com a segunda vaga. Já na Paraíba, Bolsonaro deve apostar no pastor Sérgio Queiroz (Novo) para o Senado, enquanto o ex-ministro da Saúde Marcelo.
Por Bianca Gomes - Estadão