Senado avança com restrição de 'saidinha' para presos

A Comissão de Segurança Pública (CSP) aprovou o projeto de lei (PL) 2.253/2022, oriundo da Câmara dos Deputados, que restringe a saída temporária para presos condenados. Relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Parlamentares também aprovaram urgência para votação no Plenário

Senado avança com restrição de 'saidinha' para presos

A Comissão de Segurança Pública (CSP) aprovou, nesta terça-feira (6), o projeto de lei (PL) 2.253/2022 que restringe o benefício da saída temporária para presos condenados. O projeto, originado da Câmara dos Deputados, recebeu relatório favorável do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os parlamentares aprovaram um requerimento de urgência para a votação da matéria no Plenário.

Flávio Bolsonaro acolheu uma emenda proposta pelo senador Sergio Moro (União-PR). Apesar de ser favorável à revogação do "saidão", Moro defende a manutenção do benefício para presos inscritos em cursos profissionalizantes ou nos ensinos médio e superior.

“A saída temporária tem trazido problemas na execução da pena. A cada um desses feriados, presos são liberados às centenas e aos milhares. No último Natal, quase 3 mil não voltaram. O grande problema é que parte desses presos comete crimes. O único ajuste que estamos fazendo é manter a saída temporária para cursos de educação e profissionalizantes. Essa sim é uma atividade de ressocialização, e o texto da Câmara acabou revogando essa possibilidade”, explicou Moro.

O texto revoga o artigo 122 da Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984). Pela legislação em vigor, o benefício conhecido como "saidão" ou "saidinha" vale para condenados que cumprem pena em regime semiaberto. Eles podem sair até cinco vezes ao ano, sem vigilância direta, para visitar a família, estudar fora da cadeia ou participar de atividades que contribuam para a ressocialização.

O debate sobre o fim da saída temporária ganhou força após a morte do sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar de Minas Gerais. Ele foi baleado na cabeça em 5 de janeiro, após abordar dois suspeitos pelo furto de um veículo em Belo Horizonte. O autor dos disparos era um beneficiado pelo "saidão" que deveria ter voltado à penitenciária em 23 de dezembro e era considerado foragido da Justiça.

Para Flávio, a aprovação do PL 2.253/2022 é uma resposta à sociedade. Ele apresentou uma emenda para que, se sancionada, a futura lei seja denominada "Lei PM Sargento Dias". "O nosso sistema carcerário, infelizmente, encontra-se superlotado e, em muitos estados, com instalações precárias, o que impede a devida ressocialização dos presos. Ao se permitir que presos ainda não reintegrados ao convívio social se beneficiem da saída temporária, o poder público coloca toda a população em risco", disse o relator.

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