María Corina Machado: “A hora decisiva é iminente”
Líder da oposição venezuelana divulga nova mensagem em áudio dirigida a civis e militares que ainda cumprem ordens do regime de Maduro.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado (foto), divulgou neste sábado, 15, uma nova mensagem em áudio dirigida a civis e militares que ainda cumprem ordens do regime de Nicolás Maduro.
Na gravação, intitulada “Aos que hoje executam as ordens infames do regime”, a vencedora do Nobel da Paz de 2025 faz um apelo direto aos que participam da repressão no país.
“O rugido desta terra que exige liberdade cresce e ressoa dentro e fora do país”, diz a líder opositora, que atribui a “30 milhões” de venezuelanos a decisão de se rebelar contra um “regime criminoso que está de saída”.
“O que vai acontecer já está acontecendo. Essa hora decisiva é iminente”, acrescentou.
María Corina reafirmou que a ditadura chavista mantém como “reféns” não apenas os presos políticos, mas toda a sociedade, e acusou o regime de promover a separação de famílias, perseguir dissidentes e impor políticas que empurram milhares à pobreza e à fome.
Dirigindo-se diretamente aos funcionários que ainda obedecem às ordens da ditadura, ela alertou para o peso moral dessas ações.
“Os piores reféns são aqueles obrigados a executar essa barbárie. Os que obedecem ordens infames, arruinando a vida de seus próprios irmãos. Sentem-se culpados. Não conseguem olhar nos olhos nem de seus filhos nem de suas mães.”
A líder opositora também citou a história de Lewis Mendoza, um dos muitos “sequestrados pelo regime no estado de Trujillo”, e relembrou o testemunho da filha dele para ilustrar o impacto da repressão.
“O choro dessa menina é o choro de toda a Venezuela, dos seus próprios filhos”, disse Machado, destacando que esses “gritos de dor jamais te abandonarão” e ressoarão na consciência de quem continuar servindo ao regime.
“Baixem as armas”
Em sua mensagem, Machado fez um apelo para que funcionários e agentes de segurança “baixem as armas” e “não ataquem o povo venezuelano”.
Ela afirmou que se aproxima uma “hora decisiva” cujo resultado marcará a vida de cada um:
“A posição que cada um tomar marcará sua vida para sempre. A história, a lei e o povo venezuelano serão seus juízes.”
A dirigente apelou para que não sejam “criminais nem vergonha para suas famílias” e, em vez disso, se somem como “heróis” ao que descreve como o futuro luminoso da Venezuela.
Machado reiterou ainda a promessa de uma “transição ordenada, pacífica e irreversível”, com compromisso de restabelecer a institucionalidade, enfrentar a emergência humanitária e promover reformas profundas para transformar o país no que definiu como “o milagre latino-americano do século XXI”.
Ela também pediu apoio internacional, especialmente do Grupo IDEA, para impulsionar o “fim das ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela”.
USS Gerald R. Ford
O USS Gerald R. Ford entrou na terça, 11, na área de responsabilidade do Comando Sul dos Estados Unidos (USSOUTHCOM), zona que abrange a América Latina.
A chegada das forças marítimas ocorre após o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, ter ordenado que o grupo de ataque do porta-aviões apoiasse a diretriz do presidente Donald Trump de desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narcoterrorismo.
O grupo de ataque do USS Gerald R. Ford conta com mais de 4 mil marinheiros e dezenas de aeronaves táticas a bordo.
O Antagonista

