Comunidade de Jacinópolis se despede de Amarildo, símbolo de dedicação e altruísmo
Nova Mamoré (RO) – 14 de novembro de 2025 – Com profundo pesar, a comunidade de Jacinópolis, no município de Nova Mamoré, despede-se de Amarildo, figura muito conhecida e querida na região. Ele faleceu na quarta-feira (13) após sofrer um mal súbito enquanto pilotava sua motocicleta em via pública. Amarildo perdeu o controle do veículo, caiu e, apesar do socorro imediato acionado por populares, não resistiu.
Trajetória de dedicação incansável
A história de Amarildo no distrito foi marcada por contribuições significativas, altruísmo e esforço extremo em prol da comunidade. Ele não media riscos nem desgaste físico para ajudar, destacando-se em ações como:
- Logística essencial: Transportava folhas de ponto dos servidores até a sede de Nova Mamoré.
- Busca por vidas: Percorria quilômetros a pé por mata fechada em busca de medicamentos, enfrentando insetos e animais selvagens.
Acidente, desamparo e solidão
Em 2016, uma de suas últimas grandes ações terminou em tragédia. Ao subir em um poste para restaurar a energia elétrica do distrito, Amarildo caiu e sofreu fraturas no pé, costelas e coluna. Internado por cerca de 60 dias no Hospital João Paulo II, ele viveu um período de abandono: apenas duas pessoas o visitaram – o ex-secretário de Agricultura, Almir Rodrigues, e José Luiz, conhecido como "Binlad" em Jacinópolis.
Os visitantes encontraram Amarildo abatido, chorando e lamentando a solidão. "Ninguém da comunidade lembrou dele naquela situação", relatam.
Um legado simples e esquecido
Após o acidente, Amarildo nunca mais foi o mesmo. Entrou em depressão profunda, isolando-se em um "mundo paralelo" sem perspectivas. Homem simples, ele buscava apenas reconhecimento e carinho de quem tanto serviu.
Amarildo deixou uma história e um legado de dedicação, embora esquecido por muitos e lembrado com gratidão por poucos. "Cada um oferece ao próximo aquilo que tem em si: amor ou desprezo. Amarildo ofereceu serviço e altruísmo", resume a homenagem.
Texto: Gilmar Paradela

