Nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a operação "Disclosure" contra ex-diretores das Americanas, acusados de uma fraude bilionária no mercado financeiro brasileiro. A investigação, realizada em colaboração com o Ministério Público Federal, revela um esquema que teria movimentado cerca de R$ 25,3 bilhões em operações fraudulentas.
Segundo as autoridades, a fraude envolveu manipulação de resultados financeiros da empresa através de práticas contábeis irregulares, como operações fictícias e contratos fraudulentos de verba de propaganda cooperada. Além disso, foram identificados indícios de manipulação de mercado, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação mobilizou cerca de 80 agentes federais no Rio de Janeiro, onde foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão ex-executivos da companhia, incluindo o ex-CEO Miguel Gutierrez, que atualmente reside na Espanha e é alvo de mandado de prisão internacional.
As investigações tiveram início em janeiro de 2023, após a Americanas divulgar irregularidades contábeis significativas, inicialmente estimadas em um déficit de R$ 20 bilhões e posteriormente elevadas para R$ 43 bilhões. A fraude, segundo a PF, foi planejada para inflar artificialmente o valor das ações da empresa, possibilitando o recebimento de bônus por desempenho e a venda de ações superavaliadas no mercado financeiro.
Caso sejam condenados, os acusados enfrentam penas que podem chegar a 26 anos de prisão. A operação "Disclosure" recebeu este nome por ser um termo comumente utilizado no mercado financeiro para descrever a transparência na divulgação de informações econômicas.
A atual administração das Americanas colaborou com as investigações, que contaram com suporte técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A expectativa é que os desdobramentos jurídicos e econômicos deste caso tenham impacto significativo no mercado financeiro nacional.
Fonte: Congresso em foco
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Por Ji-Paraná News